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DICAS DE PORTUGUÊS

Dicas de português


- Dúvida: Concordância entre substantivo e adjetivo

Dúvida: Qual a concordância correta da frase: Escolha a cor cinza clara ou Escolha a cor cinza claro?

Resposta: Quando diante de um substantivo surgir qualidade dupla, ou seja, quando o substantivo possuir duas qualidades ao mesmo tempo (p. ex.: crise econômica e financeira), ou quando a qualidade do substantivo for modificada por outro adjetivo (p. ex.: camisa amarela – o adjetivo "amarelo" pode ser modificado por outro adjetivo: "claro" ou "escuro") ocorrerá a formação de um adjetivo composto.

Os adjetivos compostos, salvo algumas exceções (como "ultravioleta", "infravermelho" e "socioeconômico"),são ligados por hífen (azul-escuro, verde-claro) e concordam com o substantivo a que se referem em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural). Só que a concordância não é total; somente o último elemento do adjetivo composto concorda com o substantivo, os outros ficam na forma masculina, singular (p. ex.: crise econômico-financeira; camisa amarelo-escura; ternos azul-claros).

Se o adjetivo - seja simples (formado por apenas um radical) ou composto (formado por dois ou mais radicais) - for representado por uma palavra que originalmente funcione como substantivo (p. ex.: "palha, musgo, ouro, pérola, cinza, rosa..."), ficará totalmente invariável: se for simples, a palavra não se modificará (camisas rosa; ternos cinza; calças musgo; paredes salmão); se for composto, o "substantivo adjetivado" ficará invariável, e o outro adjetivo, na forma masculina, singular (p. ex.: camisas rosa-claro; ternos verde-mar; calças amarelo-ouro). A frase apresentada, então, deve ser assim estruturada:Escolha a cor cinza-claro.

Há adjetivos compostos invariáveis; é o caso de "azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta" e qualquer adjetivo iniciado por "cor-de-...": Camisas azul-marinho; calças azul-celeste; raios ultravioleta; chapéus cor-de-palha.

Há adjetivos que variam nos dois elementos; é o caso de "pele-vermelha" e "surdo-mudo": Índios peles-vermelhas; crianças surdas-mudas.


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Dicas de português

- Dúvidas: Uso do imperativo



Dúvida: qual é o sujeito em frases com o verbo no imperativo? Por exemplo: Cala-te, cruel criatura!


Resposta: Para analisarmos o imperativo - modo verbal que indica "ordem, pedido ou conselho" - temos que estudar a sua origem. Vamos a ela então:

O imperativo afirmativo é um modo derivado de dois tempos verbais: o presente do indicativo (caracterizado pela frase "Todos os dias...") e o presente do subjuntivo (caracterizado pela frase "Espero que..."):

Do presente do indicativo provêm as formas que caracterizam as pessoas tu e vós, retirando-se a letra "s" delas. Por exemplo, o verbo "cantar" no presente do indicativo tem a seguinte conjugação: Todos os dias eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam. Retirando-se a letra "s" de "cantas" e "cantais", formaremos o imperativo afirmativo de tu e vós: "canta tu" e "cantai vós"

Do presente do subjuntivo provêm as formas que caracterizam as pessoas você, nós e vocês, sem retirar letra alguma. Por exemplo, o verbo "cantar" no presente do subjuntivo tem a seguinte conjugação: Espero que eu cante, que tu cantes, que ele cante, que nós cantemos, que vós canteis, que eles cantem. No imperativo afirmativo, teremos "cante você", "cantemos nós", "cantem vocês".

A conjugação do imperativo afirmativo de "cantar", portanto, será esta: canta tu, cante você, cantemos nós, cantai vós, cantem vocês. Perceba que a primeira pessoa do singular – eu – não existe, porque, quando eu der uma ordem a mim mesmo, usarei "tu" ou "você".

Há como memorizar facilmente a conjugação do imperativo afirmativo dos verbos regulares: todos eles terão as mesmas desinências (terminações):

a) Os verbos terminados em "AR" sempre serão terminados em "-a, -e, -emos, -ai, -em": estuda tu, estude você, estudemos nós, estudai vós, estudem vocês; caminha tu, caminhe você, caminhemos nós, caminhai vós, caminhem vocês; telefona, telefone, telefonemos, telefonai, telefonem; fala, fale, falemos, falai, falem.

b) Os verbos terminados em "ER" sempre serão terminados em "-e, -a, -amos, -ei, -am": vende tu, venda você, vendamos nós, vendei vós, vendam vocês; traze tu (também pode ser "traz tu") traga você, tragamos nós, trazei vós, tragam vocês; faze tu (também pode ser "faz tu"), faça você, façamos nós, fazei vós, façam vocês; come, coma, comamos, comei, comam; recebe, receba, recebamos, recebei, recebam.

c) Os verbos terminados em "IR" sempre serão terminados em "-e, -a, -amos, -i, -am" (a forma da segunda pessoa do plural – vós – é palavra oxítona, ou seja, a sílaba tônica é a última): dorme tu, durma você, durmamos nós, dormi vós, durmam vocês; parte, parta, partamos, parti, partam; imprime, imprima, imprimamos, imprimi, imprimam.

Já o imperativo negativo provém totalmente do presente do subjuntivo se a retirada de letra alguma. Teremos, então: não cantes, não cante, não cantemos, não canteis, não cantem; não vendas, não venda, não vendamos, não vendais, não vendam; não partas, não parta, não partamos, não partais, não partam.

Quanto ao sujeito da oração, denominá-lo-emos sempre de "sujeito oculto", com exceção de "bastar de" e "chegar de", que não terão sujeito. As pessoas "tu, você, nós, vós, vocês" ou qualquer elemento que se refira a um deles serão denominados de "vocativo". A frase apresentada tem, portanto, a seguinte análise:

"Cala-te, cruel criatura!"

Sujeito oculto: tu.

Vocativo: cruel criatura.